sexta-feira, 9 de setembro de 2011

Sair da crise: América faz o que Portugal não faz



Nos Estados Unidos, Barack Obama apresentou ontem à noite um pacote de estímulo económico de 447 mil milhões de dólares (321,5 mil milhões de euros), com uma componente de isenções fiscais e outra de despesa. Mais de metade do pacote consiste em cortes na fiscalidade sobre o trabalho, que abrangem quer os empregadores, quer os trabalhadores. Na componente de novas despesas preveem-se entre outras medidas, 62 mil milhões de dólares (44,5 mil milhões de euros) para aumentar a cobertura do subsídio de desemprego em 2012 e financiar programas de apoio aos desempregados de longa duração. Obama propôs também atribuir 140 mil milhões de dólares (100 mil milhões de euros) à construção de infra-estruturas e auxílio aos estados federais. “Este plano dará um choque eléctrico à economia, que estagnou, dará confiança às empresas para investirem e contratarem, e haverá clientes para os seus produtos e serviços”, disse Obama aos membros da Câmara dos Representantes e do Senado. Ora em Portugal, segue-se precisamente o caminho inverso, primeiro descapitalizar, falir, despedir, cortar cerce, para depois renascer das cinzas(?).A directora-geral do FMI, Christine Lagarde, já saudou as propostas de Obama. Mas pelos vistos, a receita, que deveria ser adoptada em países como Portugal, só é bem vista noutros espaços económicos. Foi assim, aliás, com um plano semelhante, o New Deal, que a América saiu da Grande Depressão nos anos 30, ou a Alemanha se reergueu a seguir às guerras. O regresso dos keynesianos.

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