sábado, 26 de janeiro de 2013

Filomena Marona Beja, a escritora avara em adjectivos



Escreve desde os 5 anos, mas tarde se deixou editar. Filomena Marona Beja, revelação com As Cidadãs em 1998, foi a convidada da tertúlia mensal da Alagamares, dia 25 de Janeiro no Saudade, com a moderação de Miguel Real e Sérgio Luís Carvalho. Com uma obra que passou em 2007 pelo Grande Prémio da APE de Romance e Novela com A Cova do Lagarto, define a sua escrita como de muitos substantivos e poucos adjectivos, aparentemente para deixar fluir a narrativa sem dela se apropriar, deixando o leitor seguir a trama como sua e não só conduzida pela mão e olhos do escritor que a tece. Assim acontece ao descrever a figura do ministro de Salazar, Duarte Pacheco, em A Cova do Lagarto, ou com a narração da morte do operário José Carvalho por energúmenos de direita em Bute daí Zé!. O mundo de Filomena Marona Beja é um mundo sensorial virado para as coisas dos nossos dias, num voyeurismo militante captado por uma visão simples das coisas mas dentro da sua desordem emocional, que ela deixa ao leitor para desvendar, silenciosa passageira dum virtual eléctrico que atravessa a Cidade-Mundo, captando os operários para o emprego, as vidas para a encruzilhada, e os homens no seu claro-escuro aflito. Bute daí ler Filomena Marona Beja! 

Reportagem sobre a tertúlia com Filomena Marona Beja no Sintra Canal
http://www.sintracanal.tv/html/?v=Hb9rr0gEPf

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