domingo, 19 de janeiro de 2014

Ciclone: um ano depois




Faz hoje um ano que a serra de Sintra foi assolada por chuvas e ventos ciclónicos, originando prejuízos de cerca de 3 milhões de euros, segundo a PSML. Nesse dia, a queda de cerca de duas mil árvores provocou o corte de estradas e caminhos, diversos muros e pavimentos foram danificados, e as infraestruturas de rega, energia e comunicações foram também em grande parte afectadas. Caiu uma árvore de grande porte sobre a bilheteira instalada na casa do guarda do Chalet da Condessa e os vários monumentos tiveram que ser encerrados vários dias.

Desde então essa casa foi reconstruída, aproveitando-se a oportunidade para alterar a organização interior do espaço, permitindo que hoje funcione também como loja. Desenvolveu-se também um projecto de recuperação dos muros (já terminado) e caminhos destruídos (já reabertos). Relevo também para a acção de muitos voluntários que nos dias subsequentes organizadamente colaboraram na limpeza e remoção de entulhos e detritos que por toda a serra devastada impediam os acessos e a circulação.

Dos 33 hectares afectados no Parque, os principais espaços de visita no Parque da Pena estão hoje limpos, tendo a Parques de Sintra recorrido às suas equipas internas, apoiadas por maquinaria florestal mas também por cavalos ardennais. No total, foram removidas até ao momento cerca de 700 árvores, faltando ainda limpar cerca de 24 hectares no Parque, segundo refere a empresa.

Dado que, nos Parques da Pena e Monserrate, todas as árvores estão etiquetadas com código de barras, georreferenciadas e classificadas botanicamente, sabe-se que na Pena havia 35.000 e em Monserrate 18.000 árvores, sendo possível, no final da remoção de todas as árvores caídas, saber com rigor o número e a espécie das árvores atingidas. Em Novembro, reuniram-se condições para iniciar a reflorestação de algumas das áreas que, após os trabalhos de remoção de árvores e resíduos lenhosos ficaram mais expostas. Assim, foram já plantadas 285 árvores jovens de médio porte, tais como abetos, cedros, juníperos, criptomérias, píceas, sequoias, pseudotsugas, tsugas, liriodendros, faias e tílias.

Também em Novembro, começou o projecto de recuperação do Sistema de Rega do Jardim da Condessa d’Edla e da Quinta da Pena, muito danificado no temporal. Por fim, serão reparadas as valetas, passagens hidráulicas e sumidouros, remates de canteiros, degraus e pavimentos.
  
Felizmente o ciclone ocorreu numa altura em que a Parques de Sintra estava já instalada e suficientemente equipada para acorrer aos trabalhos no terreno, e não obstante a reposição do coberto vegetal com a idade e vetustez da destruída demore alguns anos ou décadas, resta a consolação de saber que nem tudo ficou por fazer e que após a catástrofe se pode reconstruir organizando e protegendo com meios e formas mais adequadas.

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