domingo, 18 de maio de 2014

O novo MU.SA de Sintra

Exactamente dezassete anos depois de Edite Estrela ter inaugurado num 17 de Maio de 1997 o Centro de Arte Moderna no espaço do antigo Casino de Sintra,no mesmo local abriu ontem o MU.SA, Museu das Artes de Sintra, onde em espaço recorde se instalaram vários espólios dispersos pela Câmara, provindos de doações sobretudo. Para além da valorização do espaço, ultimamente vazio, desde que o comendador Berardo retirou a colecção ali instalada desde 1997, e hoje no CCB, foi a forma virtuosa de homenagear artistas como Emílio Paula Campos, de quem a Câmara possui mais de 50 quadros doados em 1973 pelo seu sobrinho, Castro Rodrigues,(ver em

http://reinodeklingsor.blogspot.pt/2014/05/paula-campos-no-musa.html ,e sobre cuja obra se desafia desde já o MU.SA a organizar uma sessão ou ciclo) ou Dorita Castel-Branco, e dar o devido realce a outros autores, com destaque para aquela que pode ser a joia da coroa do MU.SA, um Júlio Pomar de 1942. Realce para um espaço que se pretende dinâmico e aberto à comunidade, o Lab.Arte, e o relevo dado à fotografia, por exemplo.
Menos conseguida para já, e a carecer de mais títulos e melhor organização expositiva, está o espaço da livraria municipal, mas com o tempo e com o assentar da poeira é de crer que venha a melhorar. Importa para já, sobretudo, ter tirado as ilações boas e menos boas da parceria com o comendador Berardo, para evitar que o MU.SA se torne num mero depósito de arte e antes actue como promotor duma centralidade virtuosa, junto com o C.C.Olga de Cadaval e a Vila Alda, por exemplo, e aí, uma programação temporária de qualidade, um cardápio de workshops e conferências de interesse relevante, ou a dinamização lúdica after hours, podem ter uma importância decisiva na promoção do velho Casino (onde aliás, nunca houve jogo, nos 90 anos da sua existência) e de uma zona de Sintra já bafejada com diversos equipamentos que podem ter um uso em rede ( junto com a Casa Mantero e a Casa de Teatro de Sintra, por exemplo) e para cujo sucesso uma articulação com o comércio local e as empresas de transportes é necessária e premente.
A abertura duma cafetaria e fruição dos jardins e zonas exteriores, a abertura a outras artes performativas e plásticas, e uma programação apelativa e que tenha igualmente os agentes culturais locais como mira, podem ser os ingredientes certos para que esta aposta seja vencedora. Como primeiro passo é positivo, e como é costume dizer-se, não há uma segunda vez para criar uma primeira boa opinião.






Em próximos posts apreciaremos o museu mais em detalhe.


1 comentário:

  1. Também fico expectante mas para ver se se aprende com o bom que foi feito no passado.
    Com as acções de animação do espaço que anteriormente foram feitas e a que o publico não respondeu ou respondeu espantosamente bem. Antes de criticar o que foi feito anteriormente e de fazer com que seja esquecido ou simplesmente não lembrado era bom tentar compreendê-lo.
    Compreender os horários que funcionam, a falta que faz o estacionamento, a falta que faz projectos conjuntos entre várias instituições culturais sintrenses. A falta que faz pensar e planear atempadamente, a falta que faz uma boa divulgação, a falta que faz as condições mínimas para se puder chamar museu - condições de conservação e climatização, de museologia e museografia, de loja/ livraria / cafetaria/ bengaleiro. A falta que faz o planeamento de programação e de trabalho ao nível de serviço educativo etc. etc.

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